MEU CRIADOURO

MEU CRIADOURO
FOTO 01

sábado, 19 de junho de 2010

DIFERENÇA ENTRE UM CRIATÓRIO LEGAL E UM TRAFICANTE DE AVES SILVESTRES

O Autor
Dr. Stanislaw Szaniecki

Sem exagero, é a mesma que existe entre um médico obstetra e alguém que se dedica a fazer ilegais abortos! O obstetra dedica seu conhecimento e aptidão a proteger e amparar a VIDA – de Mãe e filho, enquanto o outro, com sua sórdida atividade, por dinheiro e sem respeito à moral e ética, promove a MORTE de indefesos inocentes!

Não podemos ter dúvidas nem hesitações em diferenciá-los! E lamentamos que, com considerável freqüência, o próprio IBAMA permita que se confundam atividades tão opostas: o tráfico é nefasto e criminoso; enquanto o Criatório legal – autorizado e controlado pelo IBAMA - é atividade nobre, e de expressivo benefício à preservação do Meio Ambiente, sendo por isso, em todo o mundo civilizado, protegido e estimulado por LEIS. Também assim deve ser em nossa Pátria!

Uma das finalidades precípuas dos Criatórios é a pesquisa científica e o desenvolvimento de técnicas de correto manejo e reprodução em condições controladas – elemento fundamental e indispensável para a formação de criterioso Banco Genético, essencial sobretudo para a preservação das espécies ameaçadas de extinção (inclusive pela ação dos traficantes).

Assim, deveriam as Autoridades competentes simultaneamente incrementar eficiente e rigorosa Fiscalização sobre caça, captura e comércio ilícitos - ao mesmo tempo em que ofereçam o máximo estímulo ao eficiente funcionamento dos Criatórios legais; desta forma, incrementando a produção legal e controlada, combaterão o tráfico. É esta a postura a esperar das Autoridades lúcidas e corretas, empenhadas na meta de bem servir à Sociedade, via preservação de nosso Meio Ambiente e da riqueza nacional.

Será contraproducente toda restrição à Livre Iniciativa que atue empresarialmente e dentro das normas legais vigentes. Desta forma, é de se lamentar a manifestação de certos – poucos – setores retrógrados e não bem intencionados, que insistem em se manifestar de modo prepotente e não técnico, contrariando o bom senso e o espírito científico universalmente testado e aprovado – e que procurando apenas aumentar seu próprio poder arbitrário, insistem em restringir a atividade produtiva legal e benéfica; fazem isso de modo obsessivo e antipatriótico, via promulgação de mais e mais normas burocráticas e listas restritivas sem justa fundamentação – geralmente em mafioso sigilo, e à revelia da comunidade científica e empresarial - intensamente prejudicadas e ameaçadas.

Em publicação recente, com surpresa lemos que – até em elevado nível gerencial do IBAMA - ainda se “argumenta” que, ao permitir a comercialização de Amazona aestiva, estaria atendido cerca de 80% da demanda do Mercado por animais de estimação visando “demonstrar” ser desnecessário permitir o manejo e oferta de outras espécies ao público. Nada mais falso: dados e controles fornecidos pelo próprio IBAMA confirmam que cerca de 90% das apreensões feitas são de Passeriformes, e que dentre as 10 espécies de maior participação no comércio ilegal, o Amazona aestiva ocupa... o 10º lugar, com pouco significativos 2,7%!

Não é aceitável tolerar a divulgação de tais inverdades, merecendo repulsa e punição essa incorreta manipulação da opinião pública. Assim como deve ser repelido o fornecimento de informações inverídicas às instâncias hierárquicas superiores, pois poderá induzi-las a incorreta avaliação, e determinação de normas igualmente errôneas e nocivas.

Em todas as partes do mundo moderno e competitivo em que vivemos, assim como em qualquer regime político bem sucedido, é atualmente fundamental o apoio e envolvimento da Sociedade , com participação ativa da iniciativa privada. Os mais vitoriosos e prósperos Estados e Países são justamente os que promovem a maior colaboração de seus empreendedores na gestão e produção nacional. Não será diferente no Brasil, inclusive no Setor de atividade que aqui focamos: sem surpresa, são os Criatórios sob gestão privada os que continuamente apresentam os mais elevados índices de produtividade e desenvolvimento técnico - e sem ônus para o Tesouro Nacional.

Exemplificaremos com o manejo da espécie ameaçada Guarouba guaruba, que encontrou proteção e amparo, graças a estudos e atividade bem sucedida: em diversos Criatórios legais estabelecidos no Rio de Janeiro, e sob gestão de competentes Responsáveis Técnicos, foram investidos tempo, estudo, trabalho e recursos financeiros no manejo das “Ararajubas”. Em poucos anos, podemos celebrar o nascimento de várias centenas de filhotes! Fica comprovada a eficiência dos procedimentos, e o principal: a demonstração de que com conhecimento especializado será perpetuada essa preciosa espécie nativa. Cabe, ainda, notar que ao mesmo tempo, em Instituições Governamentais, irrigadas com forte apoio financeiro de empresas públicas... exatamente o mesmo esforço de reproduzir Guaroubas... tem resultado em pobre e contínuo fiasco, com inexpressiva obtenção de filhotes e não funcionamento do pertinente Stud Book...

Sem dúvida é boa hora de incrementar a sincera colaboração entre Autoridades e Iniciativa Privada, com formulação harmoniosa de normas que mantenham a vitalidade de um Meio Ambiente corretamente cultivado.

--
Fonte: http://www.cobrap.org.br

segunda-feira, 15 de março de 2010

FOTO CASAL DE CANÁRIO DA TERRA DO AMAZONAS

FOTOS DE CANÁRIOS DA TERRA PASTEL



FOTOS CANÁRIOS DA TERRA ISABELINOS



canário verde opalino nevado

uma das cores criadas por mim graças ao incentivo do Dr. José Osvaldo Brasileiro, grande amigo e membro participativo co COPC - Clube Ornitólogico Poços de Caldas.C




terça-feira, 9 de março de 2010

CUIDADOS ADEQUADOS COM HIGIENE DAS AVES

Revista CORA 2004
Arquivo editado em 07/08/2004

É óbvio que apenas uma boa administração de um criadouro de canários, inegavelmente, não irá evitar o desenvolvimento de epidemias, ou que seja evitado que as aves sejam afetadas por determinadas moléstias; contudo, a absoluta atenção a uma série de detalhes ocorridos no dia-a-dia dentro de um criadouro indubitavelmente irá contribuir para se evitar muitas das moléstias mais comuns. Nesse sentido, a seguir, enumeramos alguns dos principais detalhes, que serão úteis “como lembrete” aos criadores menos experientes (e mais distraídos):

1. Bebedouro sem água, ou água suja;
2. Gaiolas expostas a correntes de ar;
3. Troca brusca de temperatura, interna ou externa;
4. Aves doentes ou aparentemente doentes, e no meio das aves sadias;
5. Verduras velhas ou secas, não lavadas;
6. Verduras ministradas geladas (tiradas da geladeira ou da horta de inverno);
7. Comedouro sujo, cheio de palha ou fezes;
8. Calor ou frio demasiado no ambiente;
9. Gaiolas com as bandejas atulhadas de excrementos e resíduos de alimentos;
10. Total ausência ou excesso de poleiros nas instalações;
11. Poleiros encrostados de excrementos;
12. Instalações com objetos contundentes (fios de arame, ferro ou chapa) expostos;
13. Farinhadas ou pastas alimentares velhas;
14. Aves presas às grades, às bandejas, ou às vasilhas das instalações;
15. Excesso de pó (poeira de terra) no ambiente;
16. Ausência de areia lavada ou farinha de ostras em vasilha especial;
17. Canários oriundos de aquisição recente, juntos com aves do plantel;
18. Excesso de aplicação de desinfetantes e inseticidas
19. Excesso de pessoas estranhas dentro do criadouro;
20. Excessiva movimentação interna das instalações (gaiolas, voadeiras, viveiros, etc., movimentados constantemente);
21. Excesso de aves numa mesma instalação;
22. Protelação na execução de curativos em aves acidentadas; e outros.

REPRODUÇÃO DE CANÁRIOS DA TERRA

Reprodução do Canário da Terra.


Em contato com passarinheiros no dia a dia, tenho notado as dificuldades, dúvidas e equívocos daqueles que tentam reproduzir o Canário da Terra em gaiola.
Assim pensei em agrupar as informações, que, quando tenho oportunidade, procuro passar para os colegas.
Não pretendo ser modesto nas “pré-intenções”, uma vez que sou “canarista”, dirijo-me para quem tem o mesmo propósito de sê-lo, e, sabemos que além do canto, algo que destaca-se no Canário da Terra é a irreverência e a valentia. Talvez algumas pessoas possam sentir-se ofendidas, mas o propósito maior é que em nossa região saiamos do primitivismo, e, buscando evoluções de nossas ações, no conjunto possamos triunfar com melhores técnicas de reprodução.
Portanto, tenho como pré-intenção contribuir e desafiar os “canaristas” à reproduzir o Canário da Terra na gaiola e deixar livre os poucos que ainda podemos encontrar na natureza.
Para este propósito, acredito que a melhor contribuição a ser dada, é tornar público as técnicas de manejo que pratiquei até agora.
Basicamente os procedimentos que estarei abordando não foram desenvolvidos pôr mim, e sim pôr experientes criadores, que ao longo de quase cinqüenta (50) anos vem aprimorando-os. O que fiz foi ser suficientemente inteligente, para ao invés de permanecer repetindo procedimentos ineficazes, ou reinventando a roda, coloquei-a para girar ao meu favor.
Meu avô sempre dizia que “é importante que saibamos dividir o básico para disputar na excelência”. Assim estou convencido que precisamos aprimorar as técnicas de reproduzir cada vez mais e melhor nossos Canários, e, para aqueles que costumam participar de competições, vença apenas pela qualidade do plantel que conseguir formar.
No decorrer destas notas, tudo que estarei abordando será voltado para o sistema de reprodução em poligamia, onde com um único macho, podemos utilizá-lo para cobrir várias fêmeas. Este processo, está centralizado no manejo e nas estratégias voltadas, para que a fêmea desenvolva todo o trabalho, desde a preparação do ninho até a alimentação dos filhotes.



O folclore da reprodução.
. Pelo fato do Canário da Terra ser um pássaro de fácil manejo, e, ter uma incrível capacidade de adaptação à qualquer ambiente, isto faz com que muitos passarinheiros não procurem estabelecer um procedimento adequado, o que leva-os a um resultado tal que, se fosse bom, dispensaria a necessidade que sinto de escrever estas notas.
O viveiro.
Muitos passarinheiros afirmam que o local ideal para reprodução do Canário da Terra é o viveiro, o que eu concordaria, se fosse para ser levado em consideração, somente fatores de stress, os quais os pássaros que estão na gaiola, acabam sendo submetidos.
Mas, para o sucesso na reprodução, existem fatores muito mais importantes a serem considerados, os quais estão associados às dificuldades de manejo e de higiene:
O viveiro ocupa muito espaço;
É difícil manter a higiene e asseio, pois, para construir um viveiro de fundos e poleiros removíveis, torna o projeto mais complexo;
Dificulta para identificar anormalidades com respeito à própria saúde dos reprodutores;
Próximo dos 13 dias de idade, quando os filhotes saem do ninho, eles podem descer ao fundo, e, não conseguir voltar para o poleiro;
Usando um único macho para cobrir várias fêmeas, o resgate do macho (após cobertura) torna a operação mais trabalhosa.
Por fim, sabemos, que ninguém em sã consciencia, coloca um bom pássaro no viveiro, ocupa o mesmo na verdade com um “cheba”, e, imagine a qualidade dos filhotes que criarão.
Outros tantos “folclores”.
“... o macho precisa ficar pelo menos cinco (5) dias galando a fêmea para que ela bote cinco (5) ovos”.
Numa única galada, desde que o macho teve espaço para que atingisse a cloaca da fêmea, é o suficiente para serem fecundados todos os ovos associados a aquela postura (pôr isto é importante verificar se no momento da gala, eles estavam num poleiro com espaço para o macho posicionar-se adequadamente). Aliás, descobri recentemente que, quando o macho gala a fêmea, ele injeta uma grande quantidade de espermatozóides, os quais irão sobreviver alguns dias (aproximadamente 10 dias) no útero da fêmea, e, o número de ovos, será determinado pela quantidade de óvulos, que a fêmea encontra-se capaz de gerar naquele período;
“...esta fêmea é boa pois ela já botou ovos (botadeira!), ou, aquele macho é bom pois ele já galou fêmea (galador!)”.
Estas afirmações contrariam o senso comum, pois o que é raro, é encontrar um macho ou uma fêmea que não sejam férteis. Parece que o que é óbvio para a natureza, (inclusive para os seres humanos) torna-se exceção na passaricultura. Pôr isto insisto em afirmar, qualquer macho ou fêmea são férteis para a reprodução;
“não é necessário tanta preocupação com a alimentação do Canário da Terra, pois, ele come qualquer coisa”.
Oras, também sabemos da existência de seres humanos, que, infelizmente tem como opção alimentar somente farinha e feijão, e, mesmo sobrevivendo, todos sabemos, que não é a dieta diária mais adequada, para fornecer ao organismo humano, todos os nutrientes necessários. É hora de deixarmos de ser alpisteiros;
“...é importante criar com casais, pois o macho ajuda a fêmea a fazer o ninho e alimentar os filhotes”.
Poderia até concordar, mas de que adianta o macho estar empolgado em construir o ninho se a fêmea não está no cio, e, consequentemente o macho permanecerá construindo tantos ninhos até chegar o momento da fêmea. A ornitologia já comprovou que um fator importante para estimular a sexualidade da fêmea é o canto do macho, e, sabemos que o macho canta mais quando está sozinho na gaiola. Pôr outro lado, quando o casal está junto, é comum o macho interferir no comportamento da fêmea, impedindo que ela permaneça o tempo de que ela precisa no ninho, fazendo com que ela bote fora do ninho, abandone os ovos que estava chocando, ou até mesmo, que impeça de que ela trate dos filhotes. Se a reprodução ocorre com sucesso, antes dos filhotes estarem comendo sozinhos, a fêmea já pode estar chocando novamente, e, tratando dos filhotes que ainda dependem dela para alimentar-se, somente quando ela interrompe o choco para alimentar-se ou tomar banho. Isto certamente irá comprometer o desenvolvimento destes filhotes;
“...Cabeça de Boi, Bambu Furado, Casa de João de Barro, Cabacinha, Pedaço de Tronco Furado, etc.., são ótimos para estimular o Canário da Terra a reproduzir”. A melhor caixa ninho, ainda é esta que encontramos no mercado com dois compartimentos, pois, permitirá o manejo adequado dia a dia, e, quando os filhotes não querem ficar mais no ninho (próximo dos 13 dias), existe um espaço intermediário (na entrada) onde ele pode permanecer alguns dias, de onde consegue enxergar a mãe, e sempre que tiver fome, vem até o orifício de entrada e pede comida;
“...prefiro usar capim, raízes lavadas, fios de folha de coqueiro, palha desfiada, crina de cavalo, etc...”
Até para evitar acidentes desnecessários, está comprovado que a utilização dos fios de saco de estopa são mais adequados, pois não existe o risco de o pássaro enroscar os pés nos próprios fios.
“...observando um filhote, sei que é macho pelo bico, pelos pés, soprando a região anal, etc...”
Na verdade para identificarmos os machos presentes numa ninhada é muito simples:
1 - Um exame prévio dos ovos, facilita o reconhecimento do sexo dos filhotes que nascerão, pois, os ovos de bico redondo geram fêmeas e os ovos de bico fino produzem machos;
2 - Nos primeiros 30 dias quando a plumagem do filhote já completou-se, observando a perna do filhote, caso esteja recoberto de penugens suavemente amareladas, é um macho.

Preparação e Reprodução.


A muda de penas.
Pôr estranho que possa parecer, o momento mais apropriado para iniciar a preparação de um plantel para o processo de reprodução é na muda.
Sabemos (ou deveríamos) que na temporada de agosto a abril, para termos um pássaro fogoso, vivaz, no melhor do seu desempenho, é importante que ele faça uma muda completa (sem interrupções), e, não termine este processo com o seu organismo debilitado.
Uma grande falha, que constamos neste período, é o descaso do passarinheiro, justo quando o pássaro precisa de atenção redobrada. Embora a muda de penas, não deva ser caracterizada como uma doença, ela representa um esforço muito grande para o organismo do pássaro.
Assim:
Devemos assegurar tranqüilidade total para o pássaro, evitando sustos ou excitações desnecessárias (como encostar gaiolas de machos para verificar se continua valente);
Evitar que ele sofra variações bruscas de temperatura, devido a correntes de vento;
Uma alimentação balanceada;
Colocar água para banho diariamente, deixando ele decidir quando quer tomar banho;
Nesta época, aumenta o risco de ocorrerem epidemias de piolhos e ácaros, colocando em risco a saúde dos nossos pássaros. Uma medida providencial é utilizar vinagre semanalmente na água de banho (10 gotas por litro de água) para combater (repelir) piolhos e ácaros das penas;
Outro transtorno, são os ácaros das vias respiraórias, que no pássaro, obstrui as narinas, fazendo que respire sómente pelo bico, e, não consiga cantar. Podemos eliminar este transtorno com a utilização do Ivomecc Pour On, como trataremos adiante.
Mesmo com a plumagem nova e completa, ainda pode ocorrer alguns sintomas de febre, e, isto podemos notar pela demora de duas a três semanas para o pássaro voltar a ficar mais esperto na gaiola.
Também não podemos esquecer de que o pássaro canta 6 meses e permanece 6 meses sem cantar. Assim, não estranhe se o pássaro finalizar a muda, mostrar-se fogoso e não retomar a sua cantoria. Evite forçar o pássaro, deixando que a sua cantoria retorne naturalmente.
Superada esta fase, é chegada a hora de iniciar o preparo para a reprodução. O ócio de quase dois meses, uma alimentação mais rica em nutrientes, terá deixado o pássaro levemente obeso, e fisicamente fora de forma. Assim, para os felizardos que tiverem um espaço maior (gaiolas voadeiras ou viveiros), é adequado deixá-los voando pôr três a quatro semanas, para finalmente termos, na próxima temporada, um pássaro na sua condição ótima de fogosidade e vivacidade.
Este recondicionamento físico, é importante, para que o macho resgate a capacidade plena de seus sacos aéreos tanto para cantar, bem como para sobrevoar e galar as fêmeas. Já para as fêmeas, revigorando o tonus muscular (com este período de exercícios), dificilmente ocorrerá a inabilidade dos músculos compressores do oviduto, ocorrendo aquilo que costumam chamar de ovo atravessado.
Ainda nesta fase final de recuperação do pássaro, devemos eliminar os Ectoparasitas (piolhos e ácaros) e os Endoparasitas (vermes). O procedimento mais eficaz é a utilização do Ivomec Pour On (conhecido como Ivomec azul, não confundir com outros Ivomec que encontramos nas Agropecuárias). Utilizando uma seringa de insulina (seringa de 1 ml), seguramos a ave e pingamos 2 gotas sobre cada uma das coxas (na parte externa e mais carnuda) do pássaro. O produto penetrará através da pele e entrará na corrente sanguínea, permanecendo por 35 dias. Após a aplicação, excepcionalmente o pássaro deverá permanecer 2 dias sem tomar banho, enquanto o produto penetra através dos poros.
É adequado, fazer também um tratamento preventivo das doenças parasitárias mais comuns como Coccidiose (utilizando alguma sulfa como o Lavimed SD) e Salmonelose (utilizando algum antibiótico específico como o Biflox Gold).
Encerrada esta fase, todos estarão gozando de plena saúde, e, em condições físicas adequadas para iniciar a procriação.
Preparação das Gaiolas Criadeiras.
A gaiola ideal para ser utilizada pela fêmea na reprodução, é aquela de arame puro, com no mínimo sessenta centímetros de comprimento:
seis comedouros externos
grade separadora no meio
piso em dois níveis com grade e bandeja
pelo menos uma porta na frente e em cima para colocarmos a caixa ninho
porta em baixo para introduzirmos a banheira
porta de passagem lateral para introduzirmos e retirarmos o macho
Enfatizo todos estes detalhes, pois, os danados dos fabricantes, estão sempre alterando os modelos, disponíveis nas lojas.
A caixa ninho, deve ser aquelas de dois compartimentos horizontais, com dimensões de pelo menos 25 cm de comprimento, 14 cm de largura e 12 cm de altura. Esta caixa deve ser colocada do lado de fora da gaiola, pois deixará mais espaço interno na gaiola, e, facilitará as verificações necessárias no dia a dia. A má notícia é que precisamos mandar fazer estas caixas, pois não estão disponíveis nas lojas com estas dimensões. Normalmente as que encontramos, ou são muito maiores, ou bem menores.
Se já possuir este tipo de gaiola, faça uma limpeza removendo totalmente crostas de fezes, e, para assegurar uma higiene adequada, faça uma imersão numa solução de “LAVIFEN” pôr alguns minutos (no mínimo 3 minutos) para ter certeza de eliminar possíveis parasitos e bactérias presentes. Se você não conhecer a origem, jogue fora os poleiros velhos e substitua pôr novos. Água fervida não atende as necessidades de higienização.
Na caixa ninho, utilizando talco para repelir piolhos, jogue em toda a área onde a fêmea irá fazer a cama. Coloque também um pouco de fios, para induzir a fêmea, em qual local onde ela estará fazendo a cama. Mesmo assim, pode ocorrer, de ela iniciar a construção da cama, no compartimento de entrada, e, antes que ela termine, procure mudar para a posição correta, que ela acabará aceitando.
Quando for definir as posições dos poleiros, considere que:
Será adequado deixar um poleiro posicionado de modo a facilitar a entrada e saída do ninho;
Procure espaçá-los de tal forma que não ocorra da banheira ser alvo de fezes;
Tenha poleiros em duplicata, para que a cada quinze dias você possa removê-los e limpá-los (após lavados e secos, coloque-os pôr uns 10 minutos num forno já quente para uma assepsia), lembrando que os Coccidas só se combate com calor acima de 120ºC. Desta forma, optar por água fervente não é uma boa solução, pois não ultrapassaria os 90 ºC.


Material de cama para o ninho.
Embora a Canária da Terra, em princípio pegaria até pedaços de jornal para construir o ninho, o material ideal, e, que não gerará nenhum tipo de inconveniente, são os pedaços de fios do saco de estopa.
Procure adquirir (no caso de sacos usados) sacos que não foram utilizados em produtos com agrotóxicos. Ferva-o pôr pelo menos meia hora, ou, deixe-o por alguns minutos numa solução de desinfetante como o Lavifen (bactericida, fungicida e viricida) e coloque para secar. Uma vez seco, corte quadrados de 10 a 15 centímetros, desfie e abasteça a gaiola. Costumo desfiar todo o lote e armazena-los em potes tampados, pois desta forma estarão sempre disponíveis para uso.
Quando colocar na gaiola, coloque em abundância, e, assim que a fêmea começar a carregar os fios, não deixe faltar até ter certeza, de que ela já deu o acabamento final no ninho. Estando assegurado a tranqüilidade da fêmea, este processo leva de 3 a 4 dias.
Vale aqui lembrar alguns pontos de extrema importância:
O fato de ter sido criado, um ambiente apropriado para a reprodução, não implica que a fêmea iniciará imediatamente a construção do ninho, poderá demorar até 2 meses;
Neste momento o passaricultor passará a induzir este processo: eliminando as sementes e fornecendo somente a ração de codorna poedeira pura; além de complexos vitamínicos diários (como o Orosol), deve-se adicionar vitaminas “E” (como a LavizE) na água do bebedouro;
Esta mudança na alimentação, que desencadeará as necessárias alterações hormonais, associado com o canto de um macho, estimulará a fêmea a querer reproduzir;
Não é adequado, mesmo nestas condições, que a fêmea permaneça vendo o macho;
As gaiolas das fêmeas, poderão estar lado a lado, mas, sem que uma fique vendo a outra.
Quando a fêmea entrar no cio, ela começará a carregar os fios, desencadeando o processo de reprodução, e, a partir daí, permanecerá reproduzindo até o fim da temporada.

Postura e Incubação
O macho galando a fêmea.
Após ter percebido, que a fêmea concluiu (ou, está próximo da conclusão) o ninho, quando você mostrar o macho para ela, certamente ela abaixará pedindo gala. Procure apoiar a gaiola da fêmea num local plano (uma mesa pôr exemplo), encoste a gaiola do macho na lateral, abra os passadores e afaste-se um pouco, para que o pássaro sinta-se a vontade e vá ao encontro do outro. Quando o pássaro já está acostumado com este procedimento, as vezes, nem dá tempo de afastar-nos e o macho já está galando a fêmea.
É importante que o local onde vão ser posicionadas as gaiolas, esteja preparado para não ocorrer eventos que possam dispersar a atenção dos pássaros:
Pessoas ou animais transitando;
Outro pássaro ao alcance da vista;
Superfícies espelhadas próximas da gaiola;
Ruídos que os pássaros não estejam acostumados;
Após as primeiras vezes, você já terá preparado este altar de sedução, pois este procedimento já será rotineiro.
De um modo geral, nas primeiras vezes, este procedimento não tomará mais do que 10 minutos, com tendência a reduzir este tempo. Concluído a gala, não considero adequado, deixar o macho mais tempo visitando a gaiola da fêmea, até porque, ele terá uma tendência natural de ir até o ninho, tentando interferir no que a fêmea já concluiu. Lembre-se, uma única galada é o suficiente para definir toda a postura.
Para o macho, não é adequado, que ele faça mais do que três galas pôr dia. Se vai ser imediatamente, uma após a outra, dependerá das condições físicas, que ele se encontra naquele dia, associado ao fato, de ser um pássaro mais novo (maior vigor físico) ou mais velho.

A Postura (Botar)
Um dia após a gala, a fêmea inicia a postura. A quantidade de ovos poderá variar de quatro a seis ovos (pôr isto enfatizei antes, os cuidados desde a muda, pois, a revitalização das condições físicas da fêmea, serão determinantes na quantidade de ovos que serão postos). Poderá ocorrer de uma fêmea botar um número menor ou maior que esta média. Neste fase é importante que não falte uma farinha de ostra (poderá ser notado que ela ingere em quantidade muito maior neste período de postura), fonte importante de cálcio, que contribuirá para a formação da casca do ovo.
Para assegurar tranqüilidade a partir desta fase, você já deve ter definido a posição em que a gaiola permanecerá, considerando que:
Será evitado que ela não terá contado visual com outros canários (sejam fêmeas ou machos);
A gaiola estará posicionada num local que facilite a manutenção diária (troca de água, comida, limpeza da bandeja, verificação de ninhos, etc...);
Procure manter a gaiola no local (sem movimentá-la) desde o início da postura até a fêmea terminar de tratar dos filhotes);

A Incubação (Choca).
Durante esta fase, a fêmea permanecerá todo o tempo, deitada sobre os ovos, procurando mantê-los aquecidos. Sairá duas ou três vezes para alimentar-se ou tomar banho. Durante o período de choca, não precisamos deixar mais do que sementes para a alimentação da fêmea.
Com respeito ao banho, alguns afirmam, que não é adequado que a fêmea tome banho quando está chocando, pois, poderá gorar os ovos. Isto contradiz os principais ornitólogos, com quem pude conversar, e, considerando que tomando banho, ela manterá as penas livres de poeiras e parasitos, sou partidário do banho nesta fase.

A Eclosão (Nascimento dos Filhotes).
No período da eclosão, a fêmea procurará posicionar o seu ouvido bem rente aos ovos, e, quando o “feto” picar o ovo para sair, ela terminará de limpá-lo. Isto poderá ser notado, pois não ficam presentes na cama do ninho resíduos de cascas do ovo eclodido.
Precisamos obviamente, mudar a alimentação disponível na gaiola. No primeiro mês o filhote já adquire o tamanho de um adulto. Nesta fase, o consumo de alimento passa a ser maior, e, será importante acrescentar à alimentação normal uma boa fonte de proteínas.
Pôr uma questão de praticidade, devido à quantidade de fêmeas chocando com que lido, tenho preferido uma farinhada pronta com ovo desidratado. Com esta farinhada, tenho certeza que estarei administrando uma alimentação com todas as vitaminas e nutrientes necessários aos filhotes, e, livre de microorganismos potencialmente nocivos que podem causar mortalidade nos filhotes.
Se você optar em fornecer esta farinhada, procure assegurar que a quantidade é suficiente, mas sem exageros, para não ter futuros problemas de obesidade nos pássaros.
Nunca esqueça da importância de anilhar os filhotes entre o 6º e o 8º dia de nascimento para evitar grandes dificuldades com a anilha nº 2,8 mm, que é a correta para o Canário da Terra.
Com 17 dias os filhotes saem e já não voltam mais para o ninho, o que permite remover a caixa para limpeza e assepsia. Caso não seja possível a remoção da caixa ninho, coloque alguma obstrução que impeça o acesso da fêmea, pois ela tenderá a iniciar uma nova postura, antes de construir nova cama e receber a gala. Com 30 dias após a primeira eclosão, os filhotes já estão começando a comer sozinhos, embora ainda insistam em pedir alimento para a mãe. Assim coloque a divisória no meio separando-os da mãe, colocando comida e banheira própria para eles, pois, mesmo aqueles que ainda dependem da mãe para alimentar-se, poderão fazê-lo pela grade de separação.
Com a mãe separada, podemos recolocar a caixa ninho, e substratos para a cama. Uma vez que o ninho já esteja pronto, coloque o macho para galar, e, todo o processo de reprodução está reiniciado.
Com 35 a 40 dias de idade, transfira os filhotes para uma gaiola voadeira, onde poderão permanecer pôr até 6 meses. Para evitar ambientes stressantes, nos gaiolões de 1m a 1,20m, procure não deixar mais do que 12 filhotes juntos.
Quando os filhotes estão emancipados, prefiro já isola-los, cada um em sua gaiola, para que iniciem o desenvolvimento do canto o mais cedo possível. Não podemos nos esquecer que o órgão fonador é a seringe, uma estrutura de músculos, que precisará ser desenvolvida. Sendo assim, quanto mais precoce iniciar-se o exercício destes músculos, melhor condicionados eles estarão durante toda a sua vida canora.


Alimentação.


A alimentação básica poderá consistir de sementes diversas, e, um complemento que tenha proteína animal para substituir os insetos avidamente capturados pelas aves na natureza. Uma alternativa muito melhor será o fornecimento de grãos de alimento extrusado.

1ª alternativa de dieta:
Mistura de Sementes:
Alpiste (50%); Painço (30%); Senha (10%) e Niger (10%).
Grit para ajudar moela a triturar o alimento:
Gritizoo ou Farinha de Ostra
Complementos:
Farinhada a base de ovo desidratado: Para os adultos, em manutenção, apenas uma vez pôr semana em pouca quantidade (o equivalente a um comedor de unha). Para alimentar filhotes nos primeiros 30 dias, fornecer diariamente.
2ª alternativa de dieta:
Ração Extrusada: Esta alternativa é sem sombra de dúvidas muito mais eficiente, pois com um único grão podemos suprir todas as necessidades nutricionais do pássaro. Com a adoção desta alternativa, não teremos necessidade de complementos e os benefícios são: economia na manutenção do pássaro; torna o pássaro mais resistente as doenças corriqueiras que ocorrem nos criatórios; facilidade de manejo reduzindo o tempo dedicado.

A origem das sementes bem como os prazos de validade devem ser bem vigiados. Durante o armazenamento, fungos presentes na semente produzem toxinas que são nocivas para as aves, possuindo um efeito tóxico cumulativo. Procure estar atento para esta preocupação, que não é necessariamente a mesma do lojistas, que podem querer empurrar para a venda, produtos que já deveriam ter sidos descartados. Evite adquirir sementes nas lojas que os mantêem armazenados em recepientes abertos, expostos às impurezas presentes no ambiente. Se notar algumas sementes grudadas uma nas outras, descarte este lote, ou compre em outro lugar.


Convite ao desafio.


Acredito ser o maior desafio de nós passaricultores brasileiros, garantir que nossos netos e outras tantas gerações futuras possam ter a oportunidade de apreciar esta reconhecida paixão nacional que é o Canário da Terra.
Para isto será preciso que cada vez mais pessoas estejam reproduzindo em ambiente doméstico. Quando você opta pela reprodução doméstica, de antemão você já conhece as características do novo plantel a ser formado, com respeito à valentia e ao canto. Só pôr isto, não acredito ser válido buscar os poucos pássaros que ainda permanecem soltos na natureza, até porque só sobraram os maus cantores ou medrosos.
Toda esta síntese de técnicas que procurei apresentar, não foram desenvolvidas pôr mim, e sou muito grato a todos que procuram compartilhar comigo os seus acertos e erros. Nesta empreitada, a qual tenho me dedicado com afinco, aumentei em muito o rol de amizades, e, mais ainda, permitiu-me perceber o carinho e a paciência, que as pessoas mais importantes na minha vida (minha família), tem reservado para mim.
Como não considero este assunto encerrado, coloco-me a disposição para aprofundar possíveis discussões sobre estas notas.

Comunique-se com Canaristas de todo o Brasil !!!!!

Participe conosco do debate cotidiano no Grupo de Canários da Terra inscrevendo-se na página http://br.groups.yahoo.com/group/CTdomestico

É gratuito !!! Não há taxas de inscrição e aberto para debatermos qualquer tema voltado para a criação e manutenção deste pássaro.

Temos outros artigos disponíveis no endereço http://www.cobrap.org.br/site/artigos_cat.php?id=21 que tratam sobre outros temas voltados para a Criação Doméstica.

Se você não ainda não é um Criador Amador, ou não mantém pássaros em condições legais, consulte o Manual da Criação Amadora no endereço http://www.ibama.gov.br/sispass/sistema/Manual.pdf

Criatório Paixão Nacional

Ivan de Sousa Neto
Rua Limeira, nº 5 – B. Cidade Jardim - Campinas - SP - CEP 13.050-401 Fones: (19) 3269-6439 Criatório/ 3268-2815 Residência
Email: criatoriopaixaonacional@yahoo.com.br




1